Catedral Metropolitana da Sé e Praça da Sé

Localização: Praça da Sé – Centro

O início do desenvolvimento urbano de São Paulo pautou-se no denominado triângulo central histórico, cujos vértices eram definidos justamente por igrejas: São Francisco, São Bento e Sé. As origens da Praça da Sé e da Catedral remontam a própria formação da paróquia paulistana e à construção de sua velha Matriz, modificando-se junto com a cidade.

O primeiro edifício da Catedral Metropolitana Nossa Senhora Assunção e São Paulo foi erguido junto ao adro da Igreja de São Pedro dos Clérigos, também conhecida como São Pedro da Pedra, esta construída alguns anos antes (1740) na esquina do Largo da Sé com a Rua Floriano Peixoto, e o local passou então a ser conhecido como Pátio ou Largo da Sé. Em 1911, a primeira edificação foi demolida, sendo também derrubados a Igreja de São Pedro dos Clérigos e dois quarteirões edificados, expandindo o Largo da Sé até os limites da atual Praça Dr. João Mendes. A Praça da Sé recebeu novo calçamento, sendo utilizada como estacionamento para automóveis e terminal para ônibus e bondes.

Em meio à demolição da antiga edificação e aos novos projetos para a Praça da Sé, Dom Duarte Leopoldo e Silva inaugurou as obras de construção da Catedral Metropolitana, em 25 de janeiro de 1912. Elaborado pelo engenheiro e arquiteto Maximilian Emil Hehl, o projeto selecionado apresentava um edifício eclético, com elementos que remetiam principalmente aos estilos neogótico e neo renascentista (planta e cúpula). Mesmo inacabada, a inauguração da Catedral ocorreu aos 25 de janeiro de 1954, na ocasião do IV Centenário de fundação da cidade.

Em 1934, foi inaugurado o monumento do Marco Zero a alguns metros da fachada principal da Catedral da Sé, oficializando o local como o centro para medição das vias no território paulista, sendo este o primeiro monumento do gênero na América do Sul. Na década de 1970, as obras de construção do Metrô no local determinaram a completa demolição do quarteirão existente entre a Praça da Sé e a Praça Clovis Bevilaqua, implicando na fusão visual desses dois espaços, embora ambas tenham permanecido com logradouros e funções distintas.

Além das representações históricas, geográficas e religiosas, a Praça da Sé foi palco de manifestações sociais. Ainda com a Catedral em construção, o espaço foi compartilhado por movimentos de diversas origens políticas e culturais, desde greves, comícios, até a pregação religiosa, comércio formal e informal e manifestações artísticas em geral.

A Catedral Metropolitana é uma referência simbólica da Capital paulista, independentemente da função religiosa que desempenha, e sua representatividade cultural decorre fundamentalmente da relação que estabelece com o espaço no qual foi construída, a Praça da Sé. Esta ainda contempla em sua configuração urbana atual o sitio colonial que a originou (Largo da Sé) e permanece como o Marco Zero do território paulista e espaço público de apropriação cívica, religiosa e cultural, sendo palco de manifestações populares diversas. A Praça da Sé e a Catedral Metropolitana constituem testemunhos materiais da transformação da vila colonial em metrópole, do Império em República, dos bondes em metrô e das diversas formas de sociabilidade e cultura ao longo de seus quase 500 anos de existência.

Fonte Processo de Tombamento

Número do Processo: 38971/99

Resolução de Tombamento:  Resolução SC-061, de 19/12/2017

Livro do Tombo Histórico: inscrição nº 169, p. 144/145.

Publicação do Diário Oficial

Rolar para cima