Localização: Av. Miguel Estéfano s/ nº
Ligado a uma prática estatal, datada do fim do século XIX, de criação de parques para a proteção de mananciais visando garantir o abastecimento de água para a população, o Parque Estadual das Fontes do Ipiranga foi criado em 1893 como Parque das Cabeceiras do Ipiranga após a cidade passar por uma grave crise de abastecimento. Contando com três reservatórios, esse sistema abasteceu parte da zona sudeste da cidade até 1928, quando a São Paulo Tranway, Light and Power assumiu o sistema e o desativou, tornando a Guarapiranga o principal sistema de abastecimento da Capital. Desde então, a área foi destinada à instalação de um parque público, inserido no Plano de Avenidas de Prestes Maia, em conjunto com os Parques da Cantareira, Ibirapuera, Mooca e Ponte Grande. Neste plano, já se pretendia instalar o Zoológico, que ocorreu em 1957, por determinação do Governador Jânio Quadros. A iniciativa veio quase 20 anos depois de um Decreto de 1939 que estabeleceu a criação de um Zoológico público. Não obstante, houve algumas tentativas anteriores de entes privados na Granja Julieta (1937) Aclimação (1939), Vila Maria (1942-1975). O Zoológico de São Paulo foi inaugurado em 16/03/1958, com proposta inovadora de manter parte dos animais em ambientes livres de jaulas, adotando o sistema de fossos. O primeiro equipamento instalado na área, em 1928, foi o Jardim Botânico, anteriormente instalado no Parque da Luz e depois na Serra da Cantareira (hoje o Horto Florestal). Em 1932, foi instalada a Estação Meteorológica do Instituto Astronômico e Geográfico, de linhas art decó e em 1941 o Observatório Astronômico, de linhas racionalistas. O projeto completo apresenta proposta urbanística que agregou 10 edificações por relações baseadas em critérios, alguns inclusive geométricos. Antes esse equipamento esteve no Jardim da Luz (1886-1895), Praça da República (1895-1912) e Av. Paulista, 69 (1912-1928). O Parque Estadual das Fontes do Ipiranga tem inegável importância ambiental, porém é expressiva sua relevância histórica, arquitetônica e urbanística para a cidade e o estado de São Paulo, constituindo importante pólo de pesquisa científica nas instituições que ocupam a área de 855,8 ha, além dos animais livres que compõem importante bioma.
Fonte Processo de Tombamento
Número do Processo: 32468/95
Resolução de Tombamento: Resolução 103 de 07/11/18.
Livro do Tombo Histórico: inscrição nº 489, p. 154 a 155.
Publicação do Diário Oficial