Localização: Praça Anchieta
O Sobradão do Porto foi erguido em 1846, por um rico comerciante, fazendeiro, plantador de café, proprietário de uma vasta área da região litorânea, o armador português Manoel Baltazar da Cunha Fortes, que aportou no Brasil com a vinda da Família Real, em 1808. Surge, então, um imponente sobrado nas proximidades do porto, nas cercanias da foz do Rio Grande.
O prédio composto por dois andares superiores era de fato uma arquitetura inovadora. O primeiro pavimento servia como um rústico armazém, onde se guardavam e negociavam toda a mercadoria de sacas de café, algodão, fumo, cana-de-açúcar e aguardente que circulavam na época, tanto produzida em Ubatuba como em toda região do Vale do Paraíba. Já o segundo andar foi utilizado como residência por sua numerosa família.
Baltazar faleceu por volta de 1874 e deixou o Sobradão para uma de suas seis filhas, Dona Benedita Fortes Costa, que manteve a majestade do prédio até mesmo durante o período de decadência econômica da cidade, quando o Porto de Ubatuba foi desviado para Santos, com a construção da estrada de ferro que interligou São Paulo ao Rio de Janeiro ao longo do Vale do Paraíba. Neste período muitos casarões da elite local foram abandonados. Com o tempo, praticamente todos ruíram ou foram demolidos, com exceção do Sobradão do Porto, que em 1926 passou a abrigar o Hotel e Restaurante Budapest.
Dois anos depois, o edifício foi vendido pelo herdeiro Oscar Costa à Companhia Taubaté Industrial – CTI, de Félix Guisard. Data dessa época o maior número de alterações sofridas no edifício e na área vizinha, onde foram construídas pequenas casas, que serviam de Colônia de Férias aos funcionários da CTI.
Fonte: Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba – FundArt
Número do Processo: 00369/73
Resolução de Tombamento: IPHAN em 03/03/59, ex-officio em 11/10/75
Livro do Tombo Histórico: Inscrição nº 109, p. 15, 11/10/1975.