Localização: Avenida 9 de Julho nº 5162
Projeto residencial na linhagem da solução do partido introspectivo paulistano, voltado para pátios internos prenunciada por Bernard Rudowski, na casa Arnstein em 1939, e presente nos projetos de Daniele Calabi no Pacaembu nos anos 1940 e do próprio Rino Levi em sua residência da Rua Bélgica. Segundo depoimento da proprietária ao CONDEPHAAT a busca do arquiteto deveu-se inclusive à identificação com a residência do arquiteto (Cf. WOLFF, Silvia Ferreira Santos. Jardim América. São Paulo: EDUSP, 2001, p. 199).
São residências cujas fachadas se fecham para a rua e organizam-se em torno de pátios. Nesta casa que se inseriu em um terreno com os lotes vizinhos já edificados, a busca foi a de se isolar a residência de interferências externas, reconhecendo que não havia visuais significativas para o exterior.
A casa é definida por um espaço único com duas faixas descobertas ajardinadas nos recuos laterais e organiza-se em torno de quatro pátios, um de serviços à frente, um ao fundo para os dormitórios e dois centrais, cobertos por pérgolas vazadas em torno do núcleo central de sala de estar e jantar. Este é o ponto de maior força em toda composição que se caracteriza ainda por implantar o abrigo de autos na zona frontal da casa, encimada pelas dependências de empregados. Esse zoneamento dos serviços na parte frontal da casa é bastante distinto do modo de morar tradicional que destinava o quintal dos fundos para o que não era para ser visto.
Sobre a casa da rua Bélgica pode-se citar o que Joaquim Guedes escreveu sobre obra de Rino Levi: “Rino, já maduro em 1940, não estava à mercê de atávicas reminiscências romanas, do repertório renascentista ou da moda que chegava da Europa. Ele inventara aqui, em sereno exercício da razão emocionada, pátios para introspecção, sociabilidade, lazer e trabalho, criando magníficos jardins, um “panorama artificial” em lote plano e confinado, a substituir a paisagem impossível na baixada do Pinheiros.” (In: Vitruvius, Resenhas On Line: Resenha 56, fev 2003; Joaquim Guedes)
Fonte Arq. Adda Ungaretti / Processo de Tombamento
Número do Processo: 33182/95
Resolução de Tombamento: Resolução 14 de 08/04/2013
Livro do Tombo Histórico: inscrição nº 396, p. 115.
Publicação do Diário Oficial